Esse blog teve uma média de 28 acessos/dia e, no final de dezembro deve totalizar 4.000 acessos de 32 países o que, é claro me deixa feliz e com uma sensação de sucesso alcançado.
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
Terminou 2009 !
Esse blog teve uma média de 28 acessos/dia e, no final de dezembro deve totalizar 4.000 acessos de 32 países o que, é claro me deixa feliz e com uma sensação de sucesso alcançado.
Da longa e interminável série "Geoquímica, geoquímica, quantas bobagens se cometem em teu nome..."
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
Exploração geoquímica x agricultura
domingo, 6 de dezembro de 2009
As minas do Brasil e sua legislação
Recomendada para quem se interessa por história ou descobrir alvos exploratórios antigos e abandonados, o acesso a esses livros é muito simples http://brasiliana.com.br/
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Balanço de "quase final de ano"
sábado, 28 de novembro de 2009
A formação de um geoquímico de exploração
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Porque a geologia é diferente ?
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Critérios para definição de anomalias
Rose, Hawkes e Webb (1979) enumeram seis possibilidades para a identificação de anomalias: (1) comparação dos dados obtidos com dados publicados; (2) utilização de histogramas para separar populações backgound e anômalas; (3) calculo do limiar a partir da média mais 2 e 3 desvios padrões; (4) uso dos gráficos de probabilidade para separar as populações misturadas; (5) reconhecimento de nuvens de amostras de teores elevados em um mapa de distribuição de valores; (6) comparação com os resultados de um estudo geoquímico orientativo.
Mas, um lembrete que eu considero da maior utilidade e com pleno fundamento: muito embora haja uma grande quantidade de técnicas de tratamento, análise e representação de dados geoquímicos, nenhum deles será capaz de fornecer uma interpretação. Uma análise matemática pura jamais substituirá o talento de uma interpretação subjetiva de um geólogo de exploração. Uma interpretação confiável exige uma combinação de conhecimento e de experiência geológica e geoquímica.
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Falácias - filosofia no nosso cotidiano
O exame das falácias é interessante pois desperta a nossa atenção para deslizes que cometemos no dia-a-dia tanto na argumentação oral, quano na redação de textos. Muito cuidado com elas !
Da enorme relação de falácias, pincei algumas e fiz uma adaptação livre dos exemplos
Argumentum ad antiquitatem (Argumento de antiguidade ou tradição): afirmar que algo é verdadeiro ou bom só porque é antigo ou "sempre foi assim".
Ex: "Há muito tempo que em prospecção geoquímica usam a fração <80 mesh e dizem que é a melhor, então isso deve ser verdade ."
Argumentum ad hominem (Ataque ao argumentador): em vez de o argumentador provar a falsidade do enunciado, ele ataca a pessoa que fez o enunciado.
Ex: "Se foi um geofísico que disse isso, certamente é falso".
Argumentum ad ignorantiam (Argumento da Ignorância): ocorre quando algo é considerado verdadeiro simplesmente porque não foi provado que é falso (ou provar que algo é falso por não haver provas de que seja verdade). Note que é diferente do princípio científico de se considerar falso até que seja provado que é verdadeiro.
Ex: "Existe um corpo de minério debaixo daquela montanha, pois nunca provaram o contrário"
Non sequitur (Não segue): tipo de falácia na qual a conclusão não se sustenta nas premissas. Há uma violação da coerência textual.
Ex: "Que nome complicado tem este consultor. Deve saber tudo de geoquímica ! "
Argumentum ad Baculum (Apelo à Força): utilização de algum tipo de privilégio, força, poder ou ameaça para impor a conclusão
Ex: "Acredite na geoquímica, senão todos os teus projetos serão um fracasso."
Ex."Acredite no que eu digo, meu jovem e não se esqueça de quem paga o seu salário"
Argumentum ad populum (Apelo ao Povo): é a tentativa de ganhar a causa por apelar a uma grande quantidade de pessoas.
Ex: "Inúmeras pessoas usam esse laboratório, portanto, ele produz análises de melhor qualidade."
Argumentum ad Verecundiam (Apelo à autoridade) ou Magister Dixit (Meu mestre disse): argumentação baseada no apelo a alguma autoridade reconhecida para comprovar a premissa.
Ex: "Se o meu gerente disse isto, então é verdade."
Generalização Apressada (Falsa indução): ocorre quando uma regra específica é atribuída ao caso genérico.
Ex: "Meu amostrador coletou as amostras de maneira errada. Logo todos os amostradores são uns incompetentes. "
Falácia de Composição (Tomar o todo pela parte): é o fato de concluir que uma propriedade das partes deve ser aplicada ao todo.
Ex: "Todas as amostras foram bem coletadas; logo, o nosso projeto será um sucesso."
Falácias tipo "A" baseado em "B" (Conclusão Sofismática) : dois fatos são colocados como similares por serem similares a um terceiro fato.
1."A prospecção geoquímica é baseada em princípios científicos."
2."A fisiologia dos macacos é baseada em princípios científicos."
3."Logo a prospecção geoquímica é similar à fisiologia do macacos."
XII Congresso Brasileiro de Geoquímica
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Prospecção geoquímica, quantas bobagens se cometem em teu nome !
domingo, 1 de novembro de 2009
De um pequeno ponto vermelho até ...
A história do Universo, com pequenas variações conceituais, admite que no início apenas energia era o "material" constituinte do Universo e espantosamente diluída. Com os fenômenos de aglutinação, contração, do enorme aumento da densidade das massas estelares, novos elementos mais pesados foram se formando. Reações termonucleares de queima de H com temperaturas de até 107 K formam He que permaneceria no núcleo. O núcleo se contrai por atração gravitacional e a temperatura aumenta para cerca de 108 K. Nesse processo o He dá origem ao C, este ao O, ao Ne, ao Mg, ao Si e outros elementos de massa mais elevada. Com a expansão explosiva que ocorre ao final do ciclo de formação das estrelas, esses elementos mais densos se disseminaram pelo Universo. Lembre que estamos falando de tempo em escala astronômica e não geológica !
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Curso de Prospecção Geoquímica
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Mudou o mundo ou mudei eu ?
Como comentário, aproveito o que um dia escreveu Millôr Fernandes "Mudou o mundo ou mudei eu ?"
domingo, 11 de outubro de 2009
XII Congresso Brasileiro de Geologia
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Garçom, me dá uma média !
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Vão-se os anéis, ficam os dedos!
O primeiro está em demonstrar o erro grosseiro de supor que tudo está descoberto, conhecido e controlado.
O segundo é demonstrar que ciência não se faz sem rígidos controles, paciência e eterna crítica dos procedimentos e resultados.
O terceiro é a prova cabal de que novas descobertas científicas só serão feitas com uso e aplicação de novas técnicas de investigação, com maior qualidade, resolução, precisão e exatidão.
Isso se aplica perfeitamente na exploração geoquímica, pois desde suas primeiras aplicações no início do século XX até a atualidade do conhecimento, "muita água passou por debaixo da ponte".
Frações granulométricas, técnicas de ataque ou digestão, instrumental analítico, o criação do computador pessoal, os aplicativos estatísticos e de cartografia digital e assim por diante, fazem parte do instrumental indispensável do geoquímico para identificar e caracterizar com precisão seus alvos de interesse. Todos essas ferramentas foram desenvolvidas ao longo de um longo período de tempo e resultam da atuação de diversos ramos da ciência pura e aplicada numa teia inimaginável de pessoas, instituições e recursos financeiros. Por isso que o processo de investigação científica é lento, miseravelmente lento.
Para descrever o processo da descoberta científica podemos usar esse brilhante pensamento do teatrólogo Samuel Beckett " Tente de novo. Fracasse de novo. Fracasse melhor!"
Como toda aplicação da ciência, a exploração geoquímica necessita de uma mente aberta e sempre disposta a questionar resultados, positivos e negativos, e principalmente experimentar novas metodologias.
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
As Leis de Murphy da Vulcanologia
As Leis de Murphy de Vulcanologia foram compiladas numa tentativa de produzir um conjunto de regras que ajudem a combater as leis da natureza. A atividade vulcânica é imprevisível e é bem explicada pelas Leis de Murphy. A medida que fornecem alívio cômico, também esperamos que as Leis de Murphy ajudem no planejamento sério da segurança (John Seach http://www.volcanolive.com/murphy.html)
A Lei de Murphy:
Se qualquer coisa puder dar errado, vai dar errado e da maneira a causar mais danos.
Corolários:
Nada é tão fácil quanto parece.
Tudo leva muito mais tempo que você pensa.
Por si mesmas, as coisas tendem a ir de mal a pior.
Toda solução cria novos problemas.
A Primeira Lei de Seach de Vulcanologia:
Você perderá a erupção.
Corolário um: Se dois vulcões estiverem a ponto de entrar em erupção, você irá para o errado.
Corolário dois: Se um vulcão está a ponto de entrar em erupção, um dia você chegará lá muito tarde ou no outro dia sairá de lá muito cedo .
Corolário três: A erupção acontecerá quando você estiver trocando as baterias da câmera.
Corolário quatro: O vulcão entrará em erupção quando estiver encoberto por nuvens.
Corolário cinco: Um dia você tem que dormir.
O Paradoxo de Seach:
Uma redução na atividade eruptiva aumenta o risco.
Corolário um: Cuidado com um vulcão quieto.
O Segundo Paradoxo de Seach:
Chegar ao vulcão é mais perigoso que o próprio.
O Terceiro Paradoxo de Seach:
A organização com o maior orçamento, será a última a informar a erupção.
A Primeira Lei de Seach de Realização:
O número de erupções observadas, é inversamente proporcional ao número de reuniões assistidas.
A Segunda Lei de Seach de Realização:
Quanto mais dinheiro você tem, menos você alcança.
O Dilema de Evacuação de Seach:
Você está fudido se faz, e fudido se não faz.
O Paradoxo de Evacuação de Seach:
Pessoas que são evacuadas, perderão o evento mais excitante de suas vidas.
A Regra de Fagin.
Compreensão tardia é uma ciência exata.
As Premissas Lógicas de Colvard:
Todas as probabilidades são 50/50. O vulcão explodirá ou não.
A Lei de Seay:
Em uma expedição nada acontece como planejado.
A Segunda Lei de Sodd:
Mais cedo ou mais tarde, o pior conjunto de circunstâncias deve acontecer.
O comentário de Seach na Lei de Sodd:
Qualquer sistema de alerta de vulcões deve ser projetado para resistir a Segunda Lei de Sodd.
A Lei de Rudin
Em crises, a maioria das pessoas escolherá a pior ação possível.
A sétima exceção de Zumurgy para a Lei de Murphy:
Quando chove, escorre.
A Lei de Shedenhelm de Backpacking:
Todas as trilhas têm mais seções em aclive que em nível ou declive.
Primeira Lei da viagem:
Sempre leva muito mais tempo para ir que para voltar.
Primeira lei de Finagles:
Se um experimento funcionar, algo deu errado.
Lei de Williams e de Holland:
Se forem coletados dados suficientes, qualquer coisa pode ser provada por métodos estatísticos.
A Lei de Hiram:
Se você consultar muitos peritos, você pode confirmar qualquer opinião.
A Lei de Murphy de Pesquisa
Pesquisa suficiente tenderá a apoiar a sua teoria.
Lei de Young
Todas as grandes descobertas são feitas por engano.
As Regras de Spark do Volcanólogo
Se esforce para parecer tremendamente importante.
Tente ser visto com pessoas importantes.
Fale com autoridade; porém só exponha fatos óbvios e provados.
Dê todas as ordens verbalmente. Nunca escreva qualquer coisa que possa ser usada contra você.
A Lei de Trueman
Se você não puder convencê-los, confunda-os com ciência.
A Máxima de Merkin:
Quando estiver em dúvida, prediga que há tendência de continuar.
Regra de Mars:
Um perito é qualquer um de outra cidade.
A Primeira Lei de Clarke:
Quando um cientista renomado e mais velho disser que algo é possível, ele certamente estará com a razão. Quando ele disser que algo é impossível, provavelmente está errado.
A Segunda Lei de Clarke:
O único modo para descobrir os limites do possível é ir além deles no impossível.
Lei de Jones dos Museus:
O espécime mais interessante não será etiquetado.
O Corolário de Lerman:
Você nunca receberá tempo ou dinheiro suficientes para realizar o trabalho de campo.
A constante de Murphy:
Um objeto será danificado em proporção direta do seu valor.
O Preceito de Jaffe:
Há algumas coisas sobre um vulcão que é impossível saber - mas não é possível saber estas coisas.
A Última Lei:
Por definição, quando você estiver investigando o desconhecido, você não sabe o que você achará.
A Lei de Ken:
Uma partícula voadora sempre buscará o olho mais próximo.
A Lei de Biondi:
Se seu projeto não funcionar, procure a parte que você pensou que não fosse importante.
A Primeira Lei de Berra:
Você pode observar muito só olhando.
O Paradoxo de Silberman:
Se a Lei de Murphy pode dar errado ,vai.
sábado, 26 de setembro de 2009
Grafoscopia ou papiloscopia geoquímica ?
As diversas classificações existentes para tipos e modelos de depósitos minerais são incapazes de sintetizar a complexidade das associações entre elementos em cada corpo de minério.
Por sua singularidade e exclusividade, para essa associação entre elementos maiores, menores, traço e ultra-traço em um depósito mineral me parece que a expressão "geochemical fingerprint" é muito mais precisa que a "assinatura geoquímica" que adotamos.
A complexidade dessa associação de elementos se dá não só por fatores muito gerais e comuns que caracterizam um modelo de depósito mas também por fatores muito particulares à cada corpo ou jazimento, como por exemplo o resultado da interação dos fluidos mineralizadores com as encaixantes, ou a atuação do metamorfismo sobre a mineralização.
O avanço espetacular que as técnicas analíticas sofreram nos últimos vinte anos tanto na quantidade de elementos determinados quanto na sensibilidade, precisão e exatidão dos resultados, possibilitaram que a investigação dessas associações se aprofundasse, já que passaram a ser considerados teores expressos em %, ppm, ppb e até ppt.
A construção de funções aditivas ou multiplicativas refletindo as associações elementares de depósitos conhecidos, configura um enorme avanço nas técnicas de prospecção geoquímica antes baseada exclusivamente no estudo dos halos e trends de dispersão de elementos isolados. Com essas funções, o traçado dos perfis geoquímicos fica muito menos serrilhado já que o sinal geoquímico é menos oscilante e os halos de dispersão muito mais estáveis e longos.
Existem porém algumas armadilhas nesse processo, relacionadas às diferenças de escalas e amplitudes de medida e à distribuição estatística das variáveis envolvidas. É fácil imaginar que faz pouco sentido somar os teores de um elemento com distribuição normal com os de outro de distribuição log-normal, ou multiplicar os teores de um que varia ao redor de 2500 ppm com os de outro que se situa na faixa dos 15 ppb. Mas, não se desespere ! Há soluções relativamente simples para contornar essas dificuldades. Eu já fiz diversas experiências e aplicações de funções aditivas e multiplicativas em ambientes semi-áridos, tropicais e temperados e sempre com resultados muito positivos.
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Série "Memórias Geoquímicas" - Conhecer e respeitar o passado para entender o presente e planejar o futuro
Quando eu estava escrevendo o Capítulo 1 do Livro Prospecção Geoquímica de Depósitos Minerais Metálicos, Não Metálicos, Óleo e Gás, escrevi ao meu caro Prof. Manuel Serrano Pinto da Universidade de Aveiro, Portugal solicitando informações sobre os primeiros trabalhos realizados em Angola. Ele, sempre disposto a colaborar, fez contato com o Prof. Bernardo José Ferreira Reis que enviou muitas informações que infelizmente não tivemos tempo para incluir no livro. É um material muito interessante e rico, não só pela relação de referências bibliográficas mas também por mostrar que já em 1966, muito adiante de outros países mais desenvolvidos, já eram elaboradas cartas geoquímicas em Angola. Publicar esse material é uma reparação dessa falha involuntária e uma homenagem a todos os pesquisadores citados e que realizaram tantos e tão importantes trabalhos em Angola.
Em nome dos leitores desse blog, agradeço muito aos prezados Manuel Serrano Pinto e ao Bernardo Reis pela valiosa contribuição ao resgate da memória da prospecção geoquímica nos países de língua portuguesa.
(...) após diversas pesquisas posso referir que quanto ao meu conhecimento, as pesquisas geoquímicas nos quimberlitos tiveram lugar a partir de 1950 aproximadamente, sob a orientação de C. Fiersmans (Belga). Um dos trabalhos que conheço mas não posso precisar a verdadeira data foi Jedwab, J. no Congo Belga, à volta de 1950/52. este mesmo investigaddor dedicou-se `prospecção geoquímica no Congo Belga, na região de Kassai, tendo publicado um trabalho em 1959 “Prospection géochimique de kimberlite diamantifére au Congo Belge” (Bull. de la Soc. Belge de Géol; de Paléon. Et d’Hyd. tome LXVII, pp 404-417.
Na Lunda, deve-se ao Eugénio Correia o lançamento da prospecção geoquímica nos quimberlitos, seguindo a pista deixada por Jedwab e Fiersmans (Belgas), tendo publicado o primeiro trabalho no Boletim nº 11 (janeiro/junho) do Serviço de Geologia e Minas.
Penso que o Eugenio Correia montou o Laboratório de Geoquímica à volta de 1963 havendo imensos trabalhos inéditos realizados e publicados internamente até 1975, que devo ter em meu arquivo, mas de momento exigiria um grande esforço para os localizar, dentro de toda documentação que tenho. Mesmo assim envio-te uma listagem que encontrei (só até 1966, inéditos).
1. A. Rodrigues. Carta Geoquímica da região de Mussolegi/Luana. Rel Geologia. Julho de 1966.
2. Arlindo Saraiva. Propsecção geoquímica do tributário do Ribeiro Cariué/Luachimo e Sector Muquita/Sombo. Rel Geologia, Maio de 1966
3. Baltazar Rodrigues. Carta geoquímica do interflúvio Sequeje/Cambatxe, afluente do Quissema/Cuango. Rel. Geologia, Junho de 1966.
4. Bernardo Reis. Carta geoquímica da região de Cassupala, Luachimo e Sector Muquita/Sombo. Rel. Geologia, Julho de 1966.
5. Bernardo Reis. Preparação de padrões para dosagem do níquel por cromatografia. Rel. Geologia, Julho de 1966.
6. Bernardo Reis. Carta geoquímica do quimberlito do Camuanzanza. Rel. Geologia, Dezembro de 1966
7. Eugenio Correia. Ensaios preliminares de prospecção geoquímica (Níquel) nos quimberlitos de Caixepa, Muenze e Camuvuma. Rel Geologia, Abril de 1964.
8. Eugenio Correia. Ensaios preliminares de prospecção geoquímica (Cromo) nos quimberlito de Caixepa. Rel Geologia, Maio de 1964.
9. Eugenio Correia. Ensaios Pormenorização da zona de concentrações anômalas de Ni, assinaladas no único perfil geoquímico da Linha 3 do ribeiro Caixepa. Rel Geologia, Julho de 1964.
10 Eugenio Correia. Ensaios de prospecção geoquímica do Ni em quimberlitos da Bacia do Luachimo: Capombo, Cariué e Cambuage. Rel Geologia, Setembro de 1964.
11. J. Jedwab. Prospection géochimique de kimberlite diamantifére au Congo Belge. Bull. de la Soc. Belge de Géol; de Paléon. Et d’Hyd. tome. LXVII, pp 404-417.
12. A. Monforte. Carta geoquímica da região do Mussolegi. Rel. Geologia, Março de 1966.
13. A. Monforte. Carta geoquímica do Luo/Chicapa. Rel. Geologia, Junho de 1966.
Há vários trabahos de autoria (inéditos): Eugênio Correia, A. Monforte, Balthazar Rodrigues, A. Rodrigues, Recharto Caldeira, Xambre, Bernardo Reis, Acúrsio Parra, Rui Menezes, Ricardo Figueiredo,m etc.
No Boletim nº 25 dos Serviços de Geologia e Minas, existe um trabalho do Acúrsio Parra “Prospecção geoquímica de Quimberlitos nas Bacias Fluviais do Lufulé e do Cacuilo”, p 35-47.
(...)
Bernardo José Ferreira Reis
Braga, Portugal, 05 de fevereiro de 2007
sábado, 19 de setembro de 2009
Aquecimento global
Para mais informações sobre o curso do Santiago escreva para luciano.klockner@pucrs.br
Série "Memórias Geoquímicas" - Conhecer e respeitar o passado para entender o presente e planejar o futuro
Último capítulo - Continuação do Capítulo 4 postado em 15/9/21009
Capítulo 5 - Terceira fase do projeto - Estudo regional: objetivos perseguidos. hipóteses de trabalho
O estudo regional, como se deixou transparecer nos parágrafos anteriores, foi o de verificar ou delinear eventual província geoquímica de cobre e/ou outros metais e identificar alvos geoquímicos merecedores de estudos mais detalhados: geofísica (possivelmente gravimetria quando houver corpos máficos associados e presença de magnetita e grafita em outros tipos de rocha) e sondagens.
5.1 HIPÓTESES DE TRABALHO LEVANTADAS
A - Se fosse delimitada uma província geoquímica de cobre no vale do Curaçá, as jazidas de cobre eventualmente delineadas seriam do mesmo tipo das de Caraíba, isto é, cobre associado a rochas máficas e ultramáficas. Entretanto, não havia elementos (nos anos 1960 e 1970) para se assegurar que essa hipótese iria ser confirmada.
B - Os resultados encontrados em Caraíba se aplicariam em escala regional, do ponto de vista de mobilidade relativa, dos elementos analisados, da associação geoquímica, da intensidade e dimensão dos halos geoquímicos de cada alvo ou ocorrência. Este pressuposto encontra, porém sérias limitações: profundidade do corpo de minério em relação à superfície, que pode ser sub-aflorante ou não; superfícies de falha cortando os corpos de minério em profundidade e atingindo a superfície (produzindo vazamento de anomalia); elementos químicos presentes que podem interferir nos resultados analíticos; dimensão do corpo mineralizado. Logo, o intervalo de amostragem (1.000x500 metros) indicaria preferencialmente corpos minerais nas condições gerais do que existe em Caraíba, mas poderia deixar de fora importantes mineralizações, por exemplo, por causa da profundidade em que se encontram.
C - A mineralização teria filiação máfica/ultramáfica, em corpos que teriam se formado antes ou durante o intenso metamorfismo regional, que envolve anatexia com reações químicas entre as rochas e assim os halos geoquímicos primários (condições de elevadas pressão e temperatura) teriam caráter epigenético (dispersão por efeito do metamorfismo).
D - O grau de metamorfismo seria essencialmente o mesmo em toda a região do vale do Curaçá, pois se não o fosse, invalidaria o intervalo de amostragem adotado (1.000x500m), que produziu resultados positivo.
E - Considerando o solo como sendo residual em toda a região do vale do Curaçá, a dispersão dos elementos no ambiente geoquímico secundário (solos) revelaria a mesma configuração da dispersão desses mesmos elementos químicos no ambiente geoquímico primário (rochas).
F - Se a gênese admitida como sendo máfica/ultramáfica não se confirmasse, muitas jazidas poderiam ser perdidas, isto é, não seriam identificadas como jazidas potenciais, inclusive porque em Caraíba as rochas máficas/ultramáficas originaram solos ricos em montmorillonita, o que tem o mérito de realçar as anomalias geoquímicas por efeito da adsorção de cátions exercida por esses minerais argilosos. Se a associação fosse félsica (rochas silico-aluminosas) o intervalo de amostragem teria de ser bem menor (fraca adsorção). Eventual baixo grau de metamorfismo em partes da região estudada teria efeito semelhante.
5.2 Uma importante conclusão – A aplicação de prospecção geoquímica em detalhe como orientação para sua aplicação à prospecção geoquímica regional, mostrou que a amostragem de solo constituiu uma técnica eficaz e eficiente para ser aplicada em prospecção geoquímica regional no Nordeste semi-árido da Bahia e que a configuração da dispersão, após ajustada pelo processo de média móvel, pode sugerir também o tipo de controle geológico – litológico e/ou estrutural – da mineralização de cobre no vale do rio Curaçá. Possivelmente a metodologia se aplicará a todo o semi-árido do Nordeste do Brasil.
5.3 IDEIAS SUGERIDAS PELO LEVANTAMENTO REGIONAL REALIZADO: os mapas geoquímicos de caráter regional constituem também a base essencial de um MAPA AMBIENTAL
Foram identificadas duas província cupríferas: 1) uma acompanhando o eixo da bacia do rio Curaçá, aparentemente mono-metálica, isto é, somente cobre. 2) outra, cerca de 50km a leste da primeira, com níquel e cobre, mas com forma e extensão ainda indefinidas.
Foi identificada também uma província cromífera, para o sul, com forma e dimensão não definidas, podendo atingir a região de Itiúba e talvez incluindo as ocorrências de Queimadas e Santa Luz, mais ao sul. A titulo de ilustração, em Itiúba, ao sul de Caraíba, localizou-se mais tarde, ocorrência de minerais de cromo e, a sudoeste (em Campo Formoso), havia uma mina de cromita em início de operação. Mais tarde foi descoberta jazida de ouro, em rocha máfica, em Serrinha, a sudeste de Caraíba. Em Floresta, Pernambuco, em 1973-78 foi definida um distrito titanífero. Assim, poderíamos estar diante de um zoneamento metálico. Essa suposição pode estimular importantes trabalhos de pesquisa, lembrando que a amostragem de solo pode ser complementada com amostragem de sedimentos de corrente (e água em regiões de clima mais úmido e evaporação menos intensa que no semi-árido do Nordeste do Brasil) com o objetivo de preparar um mapa ambiental. A parceria prospecção geoquímica regional e preparo de mapa do meio ambiente é altamente desejável.
Entre 1970 e 1975 foi executado um programa de definição de alvos geoquímicos, baseado nos mesmos pressupostos, onde as condições geológico-climáticas são análogas e foram identificados 36 (trinta e seis) alvos geoquímicos na bacia do rio Curaçá. Todos esses alvos foram objeto de estudo mais cuidadoso, com prospecção detalhada, abertura de trincheiras, levantamento geofísico e sondagem rotativa com testemunhos de sondagem. Esse é outro capítulo que poderá ser objeto de publicação, e divulgação, mais tarde.
De qualquer modo, convém salientar a importância da metodização, da sistematização e da continuidade do trabalho, condições essenciais para um programa bem sucedido de prospecção mineral, como posteriormente foi adotado pela CBPM, na Bahia, e outras entidades do ramo no país.
Uma observação final: outros projetos de prospecção geoquímica podem ser comentados sob esse mesmo tipo de perspectiva. (1) Prospecção na região de Lagarto, em Sergipe; (2) prospecção na região da falha de Maragojipe, na parte oeste do Recôncavo baiano; (3) na bacia do Itapicuru, além de dois outros, sendo um em Pernambuco e o segundo na região de Paramirim (Ibiajara/Ibitiara) na parte oeste da Chapada Diamantina da Bahia. Em adição, pode ser expandida a etapa de prospecção regional com discussão e conclusões dos trabalhos sobre os alvos geoquímicos revelados na prospecção regional do vale do Curaçá, mencionado um pouco acima.
Sylvio de Queirós Mattoso
Salvador, BA, 02 de setembro de 2009