As diversas classificações existentes para tipos e modelos de depósitos minerais são incapazes de sintetizar a complexidade das associações entre elementos em cada corpo de minério.
Por sua singularidade e exclusividade, para essa associação entre elementos maiores, menores, traço e ultra-traço em um depósito mineral me parece que a expressão "geochemical fingerprint" é muito mais precisa que a "assinatura geoquímica" que adotamos.
A complexidade dessa associação de elementos se dá não só por fatores muito gerais e comuns que caracterizam um modelo de depósito mas também por fatores muito particulares à cada corpo ou jazimento, como por exemplo o resultado da interação dos fluidos mineralizadores com as encaixantes, ou a atuação do metamorfismo sobre a mineralização.
O avanço espetacular que as técnicas analíticas sofreram nos últimos vinte anos tanto na quantidade de elementos determinados quanto na sensibilidade, precisão e exatidão dos resultados, possibilitaram que a investigação dessas associações se aprofundasse, já que passaram a ser considerados teores expressos em %, ppm, ppb e até ppt.
A construção de funções aditivas ou multiplicativas refletindo as associações elementares de depósitos conhecidos, configura um enorme avanço nas técnicas de prospecção geoquímica antes baseada exclusivamente no estudo dos halos e trends de dispersão de elementos isolados. Com essas funções, o traçado dos perfis geoquímicos fica muito menos serrilhado já que o sinal geoquímico é menos oscilante e os halos de dispersão muito mais estáveis e longos.
Existem porém algumas armadilhas nesse processo, relacionadas às diferenças de escalas e amplitudes de medida e à distribuição estatística das variáveis envolvidas. É fácil imaginar que faz pouco sentido somar os teores de um elemento com distribuição normal com os de outro de distribuição log-normal, ou multiplicar os teores de um que varia ao redor de 2500 ppm com os de outro que se situa na faixa dos 15 ppb. Mas, não se desespere ! Há soluções relativamente simples para contornar essas dificuldades. Eu já fiz diversas experiências e aplicações de funções aditivas e multiplicativas em ambientes semi-áridos, tropicais e temperados e sempre com resultados muito positivos.
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