Essa é minha profissão... ! Ou seria a minha paixão ? Não sei, mas não me imagino fazendo qualquer outra coisa. Se não fosse geólogo talvez fosse um C.S.I., coletando evidências e investigando crimes. Muita televisão ...
Em lembrança ao Dia do Geólogo que passou há três dias (ou seriam quatro? sei lá...) posto a poesia de um colega, o Baianinho (Reginaldo Leão), formado na USP em 1975, que infelizmente não tenho o prazer de conhecer, pois quem faz poesia como essa, deve ser um "cara".
Quem é esse louco que fita a barranca
E depois de contemplá-la em êxtase
Cai-lhe em cima, em fúria bruta
E a esburaca e a atormenta e a espanca?
Que faz aquele bando, no corte da estrada,
Em discussões febris, ao pé do mestre?
Por que o ataque rude, a marteladas,
A espantar o motorista e o pedestre?
Quem é aquele doido, que alisa a pedra,
Que lhe examina com lupa, os detalhes,
Que a tudo registra, com sutil presteza,
E, com afiada lâmina, lhe assesta um talhe?
Que faz aquele tonto, de aparelho em punho,
A medir, quem sabe lá, que estruturas
De planos surreais, imaginários?
Letras mortas das sagradas escrituras??
E aquele outro ali que, insatisfeito,
Ainda cheira a pedra e a leva à boca!?
Que o recolham às grades, sob algemas,
Antes que saia por aí, de meia e touca!
Mas... Eis ali um jovem, na planície,
A contemplar a serra, inebriado e mudo,
Tecendo mil teorias, explicando tudo
Da ascensão do núcleo à superfície.
A princípio, julguei ser um astrólogo,
Mas, agora, bem de perto... É um Geólogo!
E o sei pelo martelo e a imundície.
Bípede falante, corpo ereto,
Dos gêneros humanos, o mais louco,
De tudo, tudo mesmo, ele é um pouco:
Meio médico, biólogo, arquiteto,
Meio poeta, meio vilão, meio artista.
Escrivão da Natureza e jornalista,
No chão imundo do mundo sem teto,
Bisbilhotando os fósseis escondidos,
Seus ventres estuprados, seus partos perdidos,
Rebentos da Terra... Seus filhos, seus fetos