domingo, 23 de agosto de 2009

Série "Memórias Geoquímicas" - Conhecer e respeitar o passado para entender o presente e planejar o futuro

Pedi ao Prof. Manuel Serrano Pinto, da Universidade do Aveiro, Portugal, presença constante em muitos eventos de geoquímica no Brasil, que enviasse algumas linhas sobre algum fato de sua história na exploração geoquímica em Portugal e Moçambique. Ele enviou esse resumo de sua formação em prospecção geoquímica e do encontro com o legendário John Webb responsável pelo não menos famoso centro de pesquisas em prospecção geoquímica do Imperial College. Ao caro Manuel, agradeço em nome dos leitores desse blog.

Em Moçambique, os levantamentos geoquímicos de reconhecimento usando sedimentos de corrente (“stream sediments”) foram iniciados de modo sistemático por volta de 1969, depois de se ter ganho alguma experiência de colecta de amostras e da montagem de um laboratório de espectrometria de absorção atómica nos Serviços de Geologia e Minas. Os trabalhos de campo eram feitos em simultâneo com os de mapeamento geológico, cabendo àqueles Serviços ambos os tipos de levantamento.
Antecedendo o lançamento dos levantamentos geoquímicos, fui enviado a Inglaterra em 1968 para frequentar um mestrado em geoquímica na Universidade de Leeds e para frequentar na Universidade de Leicester, durante um trimestre, um outro mestrado, este em prospecção, que tinha uma parte de geoquímica e outra de geofísica.
Aproveitando a estadia em Inglaterra, fiz uma visita ao Imperial College onde o Prof. John Webb trabalhava. Tive então a oportunidade de o conhecer, tal como ao Dr. Ian Nicholl e outros membros do célebre grupo dele.
O Prof. Webb foi muito amável e convidou todos para uma bebida num “pub”. Sabendo que eu era português, confessou: «Ah, Portugal! I have been there working for some time in a mining district in the south when I was young. But I never learned how to speak Portuguese except these words that I still remember: ‘estaçao’, to take the train to Lisbon on weekends, and ‘brandy Borges cinco estrelas’ which was really good!»

Aveiro, 23 de agosto/2009
Manoel Serrano Pinto

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