Relendo a matéria postada em 21 de fevereiro e que provocou compreensível polêmica, e em atenção à carta enviada pelo Sr. Marcell Bresser e apoiadores (ver comentários da matéria postada em 24 de fevereiro) de que foram "palavras muito fortes para uma jovem em início de carreira e que talvez não soube medir o alcançe de seu pronunciamento", informo que retirei da postagem de 21 e de 24 de fevereiro todas as referências que não fossem relativas apenas ao tema em questão.
Espero que com essa retificação e com esse meu pedido de desculpas ela sinta-se mais confortável e tranquila. Espero também que com essa minha atitude essa polêmica esteja encerrada.
Prof. Otávio,
ResponderExcluirGostaria de informá-lo que minha família e eu aceitamos seu pedido de desculpas. Ficamos sabendo de tal polêmica somente hoje, portanto as pessoas que se pronunciaram em defesa da geóloga em questão o fizeram sem o seu/nosso conhecimento, numa demonstração de muito apreço pela minha filha. Por conhecê-la para além de uma homenagem prevista em solenidades acadêmicas "desde sempre", inclusive, em um espaço público, laico e gratuito, como a UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - UFPR. Aliás, penso que seria oportuno a comunidade acadêmica questionar o fato de renomada instituição possuir uma "capela religiosa" em seu interior!!!!
Sou professora (graduada na UFPR), há mais de vinte anos na rede pública, espaço laico, com certeza. E ainda, bastante desigual, injusto e excludente, pois temos um longo caminho a percorrer em busca da justiça social. Esta trajetória, sem dúvida passa pelo cumprimento da função social da escola, ou seja, o ensino (DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO, NÃO DE CRENÇAS RELIGIOSAS OU DA FÉ INQUESTIONÁVEL) e a formação humana de qualidade. Foi por meio da apropriação deste conhecimento científico, que minha filha tornou-se geóloga, não por meio de respostas baseadas em evidências religiosas, ou ainda pela falta de questionamentos. Obteve seu título de geóloga não sem mérito e reconhecimento acadêmico (cumpre destacar que sua nota no Relatório de Mapeamento foi à maior de sua turma), fatos que podem ser corroborados com o orientador da pesquisa que ela desenvolverá a nível de mestrado e nos resultados que obteve nos programas de iniciação científica da UFPR.
Assim, ressalto que a mesma cresceu observando que estas duas áreas, a princípio, não se misturam, portanto posso com toda convicção afirmar que minha filha sabe separar muito bem o campo científico do campo religioso. Por tal motivo iniciou o seu discurso, pedindo licença àqueles que não comungavam de sua fé, deixando claro em um trecho de sua fala que tal fé promove a busca contínua pelo desconhecido e por respostas “ainda” não dadas, QUESTIONÁVEIS, SIM. Compreendo que parece contraditório, como contraditório também é, o fato já mencionado, de uma instituição pública e laica, conter em seu interior um espaço religioso, de permitir em suas solenidades de colação de grau, homenagens a Deus, e de possuir inúmeros professores crentes em seu quadro funcional, apesar de cientistas.
Enfim, para não mais aborrecer os grandes cientistas, e também, a nós pobres mortais, gostaria de parabenizá-lo pelos excelentes textos postados, sua fundamentação teórica e sólida, sem sobras de dúvida. Porém como educadora (não só como mãe), ouso solicitar que tenha mais cuidado, tais escritos caberiam em momentos mais oportunos, em momentos que não comprometessem sobremaneira a reputação de ninguém. Haja vista que sendo um renomado GEÓLOGO, com 62 anos de idade e 36 anos de carreira, poderá prejudicar a carreira de colegas iniciantes, de 22 anos de idade com uma carreira inteira pela frente, que será brilhante apesar de ter sofrido críticas tão contundentes, que não servirão de pedra de tropeço, mas sim de escada para o seu sucesso.
Cordialmente,
Odete do Rocio Buzatto.