O ceticismo científico é a atitude de duvidar de qualquer
afirmação estranha, exigindo que se apresentem evidências que a confirmem ou
buscando argumentos que a refutem. Trata-se de uma atitude de questionamento de
qualquer pretenso fato ou teoria que vá contra a visão científica do mundo
atual (Oswaldo Pessoa Jr, Ciência Hoje, 292(49), p 84. 2012) .
A astrologia e o horóscopo, os mapas astrais e a quiromancia,
a vida após a morte e os relatos da alma observando o próprio corpo, a teoria
da Terra oca, os desaparecimentos no Triângulo das Bermudas, a abdução de
terráqueos por extraterrestres, o criacionismo bíblico e o design inteligente são apenas uma parcela do arsenal de superstições,
crenças, dogmas e argumentos pseudocientíficos construídos pelo homem para dar
sentido ao inexplicável com a tecnologia e o conhecimento científico vigentes.
As religiões, crenças e seitas se baseiam na existência de
uma ou de um conjunto de divindades que se encarregou da criação de todas as
coisas e do destino dos seres vivos e especialmente dos homens após a sua
morte. A dor pela perda de entes queridos e a angústia de não saber se há um
bom lugar para os bons após a morte, me parece que são as bases para a maioria
dos dogmas do misticismo.
Em posição totalmente oposta aos religiosos, místicos ou
crentes que acreditam em dogmas sem qualquer questionamento, o cientista sempre
duvida de tudo inclusive do que está estabelecido como verdade científica.
Mesmo que essa verdade esteja baseada em fatos aparentemente inquestionáveis, sempre
há espaço para a dúvida e no momento em que a questão for elucidada, o avanço
tecnológico permitira estabelecer um novo paradigma ou um novo degrau para o avanço e o
progresso científicos. É por isso que "a ciência progride aos saltos" !
Por mais estranho que possa parecer, a autocrítica é a base para os procedimentos
de um bom religioso e de um bom cientista, como o super-ego freudiano. Para o
bom religioso, ela se materializa e se resolve nos atos de contrição e de
confissão de pecados para limpar a alma, estar mais próximo da(s) divindade(s)
e de garantir um lugar confortável após a morte. Para o bom cientista, a
autocrítica é a base de um constante questionamento da metodologia adotada, dos
dados produzidos e das conclusões elaboradas. É o super-ego do cientista
correto que o obriga a examinar todas as hipóteses, impede a ocultação de dados
contrários à sua pesquisa, exige a aplicação das melhores metodologias e
tecnologias disponíveis e a renegar o plágio, o auto-plágio, o “alpinismo
acadêmico” e o produtivismo científico.